Exposição “Um Cento de Cestos”

Exposição

UM CENTO DE CESTOS

A exposição Um Cento de Cestos materializa uma estratégia de estudo, documentação e divulgação de coleções congéneres do Museu de Arte Popular e do Museu Nacional de Etnologia, a partir de uma abordagem integrada que pretende evidenciar, por um lado, a complementaridade entre essas coleções e, por outro, as potenciais sinergias decorrentes da reunião das duas instituições numa única entidade museológica.

Este projeto expositivo pretende também evidenciar a importância da documentação das coleções etnográficas, não apenas com recurso aos materiais de arquivo que os museus conservam mas também a partir da produção de novas pesquisas nos terrenos em que esses objetos foram produzidos, identificando permanências e mudanças, e, muito particularmente, as pessoas que os produzem e os problemas que enfrentam na atualidade.

A exposição Um Cento de Cestos dá a conhecer, por um lado, o passado recente das técnicas de cestaria em Portugal, expresso na seleção de 246 objetos adquiridos para o Museu de Arte Popular nas décadas de 1940/1950 e para o Museu Nacional de Etnologia nas décadas de 1960/1970, assim como na diversidade de matérias-primas e de técnicas de confeção que os mesmos evidenciam.

Contudo, é com interpelações sobre o futuro e a sensibilização para a importância da preservação dos saberes-fazer tradicionais que a exposição se encerra. Um futuro no qual teremos necessariamente que abandonar os modelos predatórios da natureza que orientam as sociedades ditas “modernas” e, para este fim, preservar os conhecimentos e práticas tradicionais desenvolvidas ao longo das gerações num quadro de sustentabilidade e de preservação do meio ambiente. Um futuro de que são protagonistas os mestres artesãos portugueses, que perpetuam saberes e técnicas transmitidos ao longo de gerações, mas que se constituem também como agentes fundamentais para novos olhares e reelaborações das técnicas tradicionais, no quadro das preocupações do design regenerativo.

Para além da referida seleção de 246 objetos das coleções de cestaria portuguesa do Museu de Arte Popular e do Museu Nacional de Etnologia, a exposição integra igualmente documentação dos arquivos fotográfico, fílmico e de desenho fotográfico deste último, assim como nova documentação fotográfica e fílmica produzida em contexto de pesquisa de terreno junto dos cesteiros portugueses pelas curadoras Astrid Suzano e Fatima Durkee, que, em conjunto com Ana Botas (MNE/MAP), asseguraram a pesquisa que suporta a exposição.

A exposição encontra-se aberta ao público a partir de 10 de setembro de 2021.